Sim, Nós Podemos!

Sim, Nós Podemos! O Sonho Não Acabou! Podemos, juntos, buscar uma Nova Ordem para Todas as Coisas! Podemos Criar o Espaço Verdadeiramente Democrático, onde se darão todos os encontros, quando muitos sonhos serão coletiva e apaixonadamente construídos! Sim, Nós Podemos, Caramba! Podemos, apesar das diferenças, Ser Uma Indefectível Unidade! Uma Belíssima Novidade! Vamos acender todas as luzes da cidade, para que a felicidade possa explodir por todos os poros e absolutamente mais ninguém ande no escuro! Sim, Nós Podemos! Podemos dançar ao som das utopias-concretas de estradas retas. Podemos andar sem medo de encontrar as tais pedras pelos caminhos. Que todos os Pássaros voltem aos seus ninhos e que não haja mais as "Tais Faixas de Gaza!" Traga os tamborins, Deus-Menino! Nosso Destino é Ser Feliz! Já é tempo de festa! Gente de todas as tribos já manifesta alegria! Salve Seu Jorge! Salve Teresa Cristina! Salve Samba de Rainha! Salve Boa Nova, Uma Utopia! Sim, Nós Podemos! Podemos redescobrir o prazer de caminhar contra o vento, sem lenço e sem documento! Ah, Caetano! - que letra mais bonita! Bendita seja toda utopia! Salve Maria! Salve José! Salve Ana! Salve João! Salve Pedro! Salve Sebastião!

Paulo Neuman

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Feliz Aniversário!

Acordei por volta das onze horas, tomei leite com aveia, comi bananas, chupei laranjas e também tomei, evidentemente, generosos goles de café bem forte e levemente amargo, como é do meu gosto desde sempre! Quem me conhece sabe que para mim a vida sem uma boa xícara de café é um erro! Tomei um banho bem quentinho (adoro banhos demorados e quentes, mesmo no verão - sei que não é um comportamento política e ecologicamente correto, mas ninguém é perfeito) - por volta das duas da tarde, eu já me encontro na Muvuca do Vale do Anhangabaú: hoje, espaço/toca de todos os bichos: pós-modernos, pós-raciais, pós-sexuais, pós-existenciais, pós-datados, pós-tudo e pós-todos e, também, muitos "anjos erráticos"! Embalado pelo delicioso som do Samba de Rainha, espanto todos os demônios, exceto, claro, o Demônio da Garoa que insiste em "Jogar Areia no Brinquedo" - São Pedro, acho, "está com a macaca" - mas não tem nada não! É Dia de Festa e São Paulo Festeja! Por volta das cinco horas, num daqueles botecos da Avenida São João, devoro um "comercial": frango ao molho - (seis reais) - uma delícia de lamber os beiços - depois, um cafezinho, evidentemente! Amo Muitíssimo Tudo Isso! Bicho Urbano, perambulo pelas deliciosamente perigosas trilhas da aniversariante, em busca do tesouro perdido - em busca de sons e imagens capazes de me levarem ao transe! É um dia de pura celebração! Eu celebro, também, minha incrível solidão neo-boanovensepaulistana com um "Jeito Dâmi" de Ser! Solidão essa, diga-se de passagem, embalada por sons diversos - solidão bem apropriada a um paulistano que se presa! Pelas trilhas, encontro "alguns conhecidos", mas, "insano" que sou, prefiro "Celebrar a Solidão e a Alma de Todos os Tempos" - Enfim, chego em casa e, bem-aventurado que sou, antes de adormecer, ouço Zeca Baleiro, o paulistanomundonordeste mais neo-palistanoboanovense de todos!

Texto Paulo Neuman/Foto Adrebal Lírio


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Desejos, Erráticos Desejos!

Você é o meu desejo, errático desejo - eu sei!
Eu Sou o Meu Desejo; mas eu não sou você!

Busco-me no Brás, creio estar naquelas ruas!
Tuas lembranças até me fazem certo bem!

Agora, tudo tem cara de um Brás Enigmático!

Trago no coração todas as dúvidas e certezas:

Dualidades que me fazem demasiadamente humano!

Engano minhas fomes e, descaradamente, finjo ser completo!

Neste Caminho, nem sempre reto, busco o alívio prometido!

Eu sou o meu desejo, deixo a moral para trás; insana que é!

Sei que a Lei que você tanto ama só traz dor e separação!

O que eu quero mesmo é a alegria da ação de corpos livres!

Corpos que dançam ao som de um Exótico-Iluminado-Jazz!

Sei que o dinheiro é para comprar ópio e máscaras...

...Mas se a verdade é pura nudez e alma sã,

Pobre, e nu, e com a Bênção de São Jorge,

Viajo para o Paraíso e insisto em ser EU!

Contemplo outra vez o Brás e torno-me verdadeiramente Brasileiro,
essencialmente Cazuza!

Somos TODOS Anjos Erráticos!
Só o acaso traz a não-permanência das dores!

Paulo Neuman

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