URUBUS devoram carniças com o mesmo apetite de quem devora caviar, ou feijoada, ou sarapatel, ou arroz-doce, ou vatapá, ou virado à paulista, ou farofa de dendê... Urubus devoram carniças e depois, felizes da vida, vagabundeiam pelo céu de meu Deus! Nascem para isso! Urubus são belíssimos e são também plenamente felizes, porque, apesar de se alimentarem de CARNIÇAS, nada sabem sobre a MORTE!
BELÍSSIMOS, APENAS OS URUBUS!
Em pleno agito da Avenida Paulista, memórias visitam-me: Sinto o inconfundível gosto de farofa de feijão verde com tripa de porco frita - uma delícia! É a tal da “memória química” que me possibilita experiências tão inusitadas! Belíssimos, apenas os URUBUS no mais absoluto desconhecimento da MORTE!
Somos "efeitos" de causas ainda desconhecidas?! Somos acidentes fascinantes?!
Só uma coisa já é certo:
Não somos tão belos quanto os Urubus!
Texto: Paulo Neuman
Fotos: GOOGLE
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