Acordei por volta das onze horas, tomei leite com aveia, comi bananas, chupei laranjas e também tomei, evidentemente, generosos goles de café bem forte e levemente amargo, como é do meu gosto desde sempre! Quem me conhece sabe que para mimavida sem uma boa xícara de café é um erro! Tomei um banho bem quentinho (adoro banhos demorados e quentes, mesmo no verão - sei que não é um comportamento política e ecologicamente correto, mas ninguém é perfeito) - por volta das duas da tarde, eu já me encontro naMuvuca do Vale do Anhangabaú:hoje,espaço/toca de todos os bichos: pós-modernos, pós-raciais, pós-sexuais, pós-existenciais, pós-datados, pós-tudo e pós-todos e, também, muitos "anjos erráticos"!Embalado pelo delicioso som do Samba de Rainha, espanto todos os demônios, exceto, claro, o Demônio da Garoa que insiste em "Jogar Areia no Brinquedo" - São Pedro, acho, "está com a macaca" - mas não tem nada não! É Dia de Festa e São Paulo Festeja! Por volta das cinco horas, num daquelesbotecos da Avenida São João, devoro um "comercial": frango ao molho - (seis reais) -uma delíciade lamber os beiços- depois, um cafezinho, evidentemente! Amo Muitíssimo Tudo Isso! Bicho Urbano, perambulo pelasdeliciosamente perigosas trilhasda aniversariante,em busca do tesouro perdido - em busca de sons e imagens capazes de me levarem ao transe! É um dia de pura celebração! Eu celebro, também, minha incrível solidão neo-boanovensepaulistana com um"Jeito Dâmi" de Ser! Solidão essa, diga-se de passagem, embalada por sons diversos - solidão bem apropriada a um paulistano que se presa! Pelas trilhas, encontro"alguns conhecidos",mas, "insano" que sou, prefiro "Celebrar a Solidão e a Alma de Todos os Tempos" - Enfim, chego em casa e, bem-aventurado que sou, antes de adormecer, ouço Zeca Baleiro, o paulistanomundonordeste mais neo-palistanoboanovense de todos!