sábado, 20 de setembro de 2008

Fragmentos Indefectíveis


Passaram-se quarenta anos, entre patacoadas e conquistas inúteis
Fragmentei-me um milhão de vezes e já não sei mais quem sou
Confundi homens com Deus e conheço bem a cara do Diabo
Agora, trago na alma a certeza de que quase tudo é inutilidade!

Sim, agora sou um ser meio Eclesiastes e já não há mais o tempo
"Existencialista com toda razão só faço o que manda o meu coração"
Entro na taça de cristal - fazendo-me vinho barato e engano a todos
Dos que me conheceram ontem nenhum me beberia no hoje-concreto!

Contudo, já não há nem o hoje nem o amanhã e nem o ontem!

Há apenas eu e você: O que se perdeu e o que se elevou!
Agora me sinto tão leve - feito pena da asa do anjo invisível
Visto minha roupa nova e viajo feliz para Belo Horizonte
E, juntos, voltaremos para São Paulo pela milésima vez!

As pontes foram construídas na madrugada inusitada
Agora, todos desfilamos pelas ruas do seu coração
E o sangue segue tranquilo pelas veias desobstruídas!

Das avenidas por onde andei, você é a mais caótica
Por isso mesmo a mais irresistível e, agora, morada minha!

Um comentário:

Olhar em Movimento disse...

bisbilhotando**edeparocomescritosintensos**gosto!!