quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Homem de Barro


Eu, O Homem de Barro
Acorrentado na ilusão de que sou um Deus
Meu coração faminto e vencido
Destruindo as estruturas da divindade de barro

As lágrimas:
Berram e correm livres pelo rosto de um cansado Deus
Quando eu e a metrópole choramos com um olho só!

Eu, o homem de barro, ensandecido e bêbado e errante
Quando se desfaz o barro e as lágrimas correm livres

Berram todos os meus órgãos e sentidos e utopias
Ouço canções de Chico e desfaleço outra vez

Não mais quero que me seja tirado o cálice
Eu, o homem de barro, vencido pelo escuro da terra!

Eu, quando as lágrimas correm livres pelo rosto
O rosto de um cansado Deus de berro e utopias

A história é construída de barro que se desfaz
Quando o homem desfaz o barro e voa nas asas do vento

Todas as portas de bronze são destruídas
De repente, o homem já não é mais barro!

De repente, crianças livres e capazes!
Paulo Neuman

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