Caos Santo
POESIA CONCRETA: Vômito de Palavras
Minha Poesia é toda ela feita de um único átomo cósmico. Eu Sou a Minha Poesia: Uma substância necessária ao teu bem-estar. Todas as minhas palavras são feitas do átomo. Trago em cada impertinente palavra a agonia e a alegria de saber que a minha miséria é para te fazer supor que és grande: Sem mim, tu serias nada! É esse o papel que me cabe no espetáculo que tão convincentemente encenamos. Quaisquer Palavras Minhas contêm um único fonema: O Gemido Perturbador! Um Teatro Verdadeiramente Orgânico! Eu, o Degradado Filho de Eva: Condição minha que enfatiza tua suposta grandeza, e - no vão que se estabelece entre o “necessário” e o “impossível” - “eu vou sobrevivendo sem um arranhão da caridade de quem me detesta...”
Na Vila Buarque, retomo meus “sonhos-tarugo” e, numa estrada onírica, sigo em busca do espaço que, primeiro, possa caber meus devaneios por inteiro, para, depois, acolher todos que perambulam pelo mundo sem destino certo. Juntos, eu e os errantes, conquistaremos "NOSSO BRÁS". Agora, é madrugada de inverno. Lá fora, um cão late. Logo há de chegar a tão sonhada primavera com flores de azaléia.
Enquanto a primavera não chega, gosto de ouvir os cães latirem e, pretensiosamente, alimento a ilusão de um dia ser "Seu Ramiro" portando a "Bandeira do Divino", em visita aos "Lares Boanovenses".
Paulo Neuman
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