No escuro, subo a escada que me leva ao quarto quase vazio
Trago nas mãos uma xícara de café e o chapéu-panamá preto!
Acendo a luz e não enxergo ninguém a quem dizer boa-noite!
Há algo de errado comigo: todos podem dizer boa-noite a alguém!
Da janela, vejo as luzes acesas em apartamentos e ruas
Não penso em passear pela cidade que chora com um olho só!
Quero continuar assim: com medo e sozinho e aqui!
Ligo o rádio e ouço Velhas Canções! Lembro-me de Você!
Aprendo de novo Antigas Lições!
Dou o troco ao medo idiota
Dou a volta por cima! Subo a escada no escuro!
Juro que não mais tenho medo - o menino morreu - cresci!
Provo a mim mesmo que já não tenho mais medo
Acendo a luz e vejo o vazio do quarto
Trago nas mãos quase nada de concreto!
Agora, nas mãos, apenas o chapéu preto
Na há mais, sequer, o café amargo
Nas mãos, trago também os dedos!
Meus Deus, que bobagem é a minha vida!
Não tenho do que falar! Falo dos dedos!
Das unhas, das feridas e de outras vulgaridades!
Pela primeira vez, reparo em meus dedos
São tão esquisitos: Finos e compridos
As unhas não estão feitas: preciso cuidar de mim
Enquanto isso, a cidade ferve em sons diversos
Aqui, apenas o silêncio de quem contempla a própria mão
Analisa o tamanho dos dedos e tem medos infantis!
Eu queria ser um ator, um poeta!
No papel, no palco, na tela... onde tudo é possível e certeiro!
Contemplaria os meus dedos! Eufórica, a plateia aplaudiria!
Vitorioso, subo a escada sem os medos de menino
Certo do aplauso que nos dar forma, cor e som!
Trago nas mãos uma xícara de café e o chapéu-panamá preto!
Acendo a luz e não enxergo ninguém a quem dizer boa-noite!
Há algo de errado comigo: todos podem dizer boa-noite a alguém!
Da janela, vejo as luzes acesas em apartamentos e ruas
Não penso em passear pela cidade que chora com um olho só!
Quero continuar assim: com medo e sozinho e aqui!
Ligo o rádio e ouço Velhas Canções! Lembro-me de Você!
Aprendo de novo Antigas Lições!
Dou o troco ao medo idiota
Dou a volta por cima! Subo a escada no escuro!
Juro que não mais tenho medo - o menino morreu - cresci!
Provo a mim mesmo que já não tenho mais medo
Acendo a luz e vejo o vazio do quarto
Trago nas mãos quase nada de concreto!
Agora, nas mãos, apenas o chapéu preto
Na há mais, sequer, o café amargo
Nas mãos, trago também os dedos!
Meus Deus, que bobagem é a minha vida!
Não tenho do que falar! Falo dos dedos!
Das unhas, das feridas e de outras vulgaridades!
Pela primeira vez, reparo em meus dedos
São tão esquisitos: Finos e compridos
As unhas não estão feitas: preciso cuidar de mim
Enquanto isso, a cidade ferve em sons diversos
Aqui, apenas o silêncio de quem contempla a própria mão
Analisa o tamanho dos dedos e tem medos infantis!
Eu queria ser um ator, um poeta!
No papel, no palco, na tela... onde tudo é possível e certeiro!
Contemplaria os meus dedos! Eufórica, a plateia aplaudiria!
Vitorioso, subo a escada sem os medos de menino
Certo do aplauso que nos dar forma, cor e som!
Paulo Neuman
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Um comentário:
gostei MUITO dos seus desenhos Paulo, alguns são excelentes mesmo!
Continue!
Beijos
ana
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