domingo, 14 de setembro de 2008

Outra Vez, Desconstrução!


Meio bêbado, meio lúcido, assobiando no ponto de ônibus
Calça jeans hiperdesbotada e utópica e rasgada e azul
A canção toca no rádio e ele tem um ar meio trágico
Meio Moska, meio Zeca Baleiro, meio todo o mundo
Assobiando uma canção, ele tenta esquecer o ontem!

Frida Kahlo, rosa perdendo pétalas - tudo ao vivo e em cores
Horrores-nossos-de-cada-dia - e ainda lê a poesia concreta
Disse-me que não mais acredita em Política Partidária
Está com o coração absolutamente partido e sangra muito

...AGORA SÓ CRÊ EM HOMENS DE CORAÇÃO PARTIDO!

Astuto, parte para a última e definitiva etapa da vida
Escrever a poesia em "casas de carne" e "açougues existenciais"
Lê a Bíblia e tudo o mais que lhe aparece pela frente

Tente riscá-lo do seu
caderno mal cuidado!
Você jamais conseguira descartá-lo! Você o ama!
Você não quer, mas ele é a sua tatuagem eterna.

Perna, braço, mão, boca oca
Bebê sem toca, útero, fígado
Gado morrendo na caatinga
Pernas quilométricas e sim
Sexo, becos e desencontros!

Encontro outra vez o Ponto de Equilíbrio e me despeço de Você!

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