Do lado de fora, em sua beleza complexa
Pulsa a metrópole, com seus nobres e plebeus
No Metrô, mil caras, tantos sonhos e pesadelos
Sim, São os homens em dias úteis - as fábricas!
Mas aqui deste lado, somente eu: feio e só
Exilado estou nos hematomas dos meus olhos
Quem me dera poder trazer a minha mãe do túmulo
Voltaria vencido para o seu útero e seios!
Mas o levantar dos mortos é coisa dos céus!
Do lado de fora, os belos fazem a beleza da cidade
Teatros, negócios, museus, igrejas, luzes, jantares
Aqui dentro, um homem em cinzas - nem houve carnaval
Um dia ele sonhou que seria o Sal da Terra, coitado!
Ele nunca foi bonito, mas agora parece um bicho
Se ele pudesse chorar - menor seria a dor que arde
Mas já não há mais lágrimas -secaram-se os rios
Ele sente medo, está acuado, vencido, desolado!
No rádio ele ouve uma canção de Gil e outras tantas
Muitas canções o fazem chorar, noutras até tenta rir
Mas o que ele quer mesmo é embarcar no expresso 2222
Pois dizem que lá o Cristo já está subindo ao Céu!
No madeiro todos ficam muito feios! Até mesmo ELE ficou horrendo!
Mas a morte é a porta que nos conduz para o outro lado!
Lá fora há sol e as pessoas fazem as cenas cotidianas
Aqui dentro, coração quase parado, ele sai de cena
E se todos virarem a cara para ele?! Ele é fraco!
É transgressor, é infeliz, é pecador, é traidor...
Que ele possa ter fé no Concreto de Luz, Altíssimo!
Podem bani-lo do quadro da vida
Cores e formas já não são as mesmas!
Para ele tudo já é diferente daquelas belas cores e formas
Músicas, telas e esculturas que um dia adornaram seus sonhos!
Por uma questão de justiça, não se pode ter piedade dele!
Afinal, não passa de um transgressor, porco feio e vencido
Que todos os hematomas lhe caiam como uma luva, miserável!
Que a aflição seja a sua comida e que fique só - feridas e pesadelos!
Todos sabem de tudo! Ele ainda não sabe tudo sobre si mesmo!
Poucos sabem que há um capaz de criar a partir do nada
Não chore, menino! Se Deus quiser, hematomas não será o seu fim
É preciso que alguém o diga que hematomas não são nada!
Pulsa a metrópole, com seus nobres e plebeus
No Metrô, mil caras, tantos sonhos e pesadelos
Sim, São os homens em dias úteis - as fábricas!
Mas aqui deste lado, somente eu: feio e só
Exilado estou nos hematomas dos meus olhos
Quem me dera poder trazer a minha mãe do túmulo
Voltaria vencido para o seu útero e seios!
Mas o levantar dos mortos é coisa dos céus!
Do lado de fora, os belos fazem a beleza da cidade
Teatros, negócios, museus, igrejas, luzes, jantares
Aqui dentro, um homem em cinzas - nem houve carnaval
Um dia ele sonhou que seria o Sal da Terra, coitado!
Ele nunca foi bonito, mas agora parece um bicho
Se ele pudesse chorar - menor seria a dor que arde
Mas já não há mais lágrimas -secaram-se os rios
Ele sente medo, está acuado, vencido, desolado!
No rádio ele ouve uma canção de Gil e outras tantas
Muitas canções o fazem chorar, noutras até tenta rir
Mas o que ele quer mesmo é embarcar no expresso 2222
Pois dizem que lá o Cristo já está subindo ao Céu!
No madeiro todos ficam muito feios! Até mesmo ELE ficou horrendo!
Mas a morte é a porta que nos conduz para o outro lado!
Lá fora há sol e as pessoas fazem as cenas cotidianas
Aqui dentro, coração quase parado, ele sai de cena
E se todos virarem a cara para ele?! Ele é fraco!
É transgressor, é infeliz, é pecador, é traidor...
Que ele possa ter fé no Concreto de Luz, Altíssimo!
Podem bani-lo do quadro da vida
Cores e formas já não são as mesmas!
Para ele tudo já é diferente daquelas belas cores e formas
Músicas, telas e esculturas que um dia adornaram seus sonhos!
Por uma questão de justiça, não se pode ter piedade dele!
Afinal, não passa de um transgressor, porco feio e vencido
Que todos os hematomas lhe caiam como uma luva, miserável!
Que a aflição seja a sua comida e que fique só - feridas e pesadelos!
Todos sabem de tudo! Ele ainda não sabe tudo sobre si mesmo!
Poucos sabem que há um capaz de criar a partir do nada
Não chore, menino! Se Deus quiser, hematomas não será o seu fim
É preciso que alguém o diga que hematomas não são nada!
Paulo Neuman
Hematomas by Paulo Neumam Farias Souza is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.
Nenhum comentário:
Postar um comentário