sábado, 11 de outubro de 2008

Pão e Água


Qual a água que me poderá lavar a culpa?
Que água vai curar a minha sede e me fazer de novo dançar?

Que palavras e pão ultracósmicos sejam a minha comida!
E que em mim qualquer palavra seja como semente sã!

Que á minha frente esteja posta a mesa do Banquete Ultracósmico!
Não! Não sou pretensioso - apenas busco a Verdadeira Bênção!
Prometida aos pecadores, aos errantes de pés e cara empoeirados!

Estamos cansados - necessitamos de pousada urgente!
De gente que queira enxugar nosso suor existencial
Falta-nos a força nos braços magros - dores em todos os órgãos!

Sim! Somos todos culpados! Não somos mais crianças!
Em nós, há ânsia de vômito - estômagos revirados!

Quem somos nós?
Somos nós que por vós esperamos!

Tímidos, navegamos até aqui - só pra te ver!
Mata-nos a sede e a fome e a vontade de morrer!

Somos todos réus confessos e empoeirados
Salva-nos e seremos cativos teus!

Estamos tontos, desorientados, culpados
Cabeças raspadas - estamos nus e sozinhos!

Somos nós que por vós esperamos!

Sê tu o nosso pai - apesar dos nossos pés empoeirados
Nós somos nós que por vós esperamos aflitos!

Que nós também comamos do Pão!
Queremos beber do Sangue da Uva!

Sabemos que haverá festa! Faz-nos comer da Carne do Sacrifício!
Somos culpados! Somos nós que por vós esperamos - despedaçados!

Faz-nos comer da Carne do Sacrifício!
Para sermos o Grande Edifício Humano da Paz!
Paulo Neuman

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